sábado, 5 de junho de 2010

Crítica, Márcia Lima



Betho Diaz é um autêntico criador de personagens, situações e conflitos. Pela sutileza de como foram introduzidos na trama, deixa a dúvida de terem sido extraídos ou não da realidade.
O texto adquire eficácia e atrai pelo que vale intrinsecamente, como flagrante ou sondagem da alma humana, praticados por ele com sensibilidade e segurança estilística.
Diaz põe diante de nós um desafio quase amoroso, na força do desenvolvimento do mistério criado. Podemos penetrar no sentimento de todos os personagens, desde os miseráveis até os de classe media e os da aristocracia, amar, odiar e sofrer com eles nas situações criadas, tal o realismo com que foram retratados. Junto com eles, Betho Diaz nos leva a percorrer as ruas da Inglaterra, com a precisão de suas descrições sem, contudo, se tornar meramente descritivo, uma vez que cada citação compõe um acontecimento inerente à trama. Aqui, na essência, o que menos importa, são as descrições.
O mistério perdura do início ao fim. Situações se sobrepõem sem que se perca o fio condutor da história. Cada novo acontecimento, desperta nos leitores o espírito de detetive.
Com Entre o Amor e a Vingança, Betho Diaz entra com “chave de ouro” no mundo literário brasileiro. E estejam certos: ele entra para ficar.


Márcia Lima

Nenhum comentário:

Postar um comentário